Não desista das ideias óbvias

Não desista das ideias óbvias

Consultoria de Marketing
Sobre o autor: Mestrado em Gestão e Planejamento | Especialização em Comunicação Empresarial e Marketing. Atuações e consultorias em Gestão e Marketing no Brasil e América Latina.

Volume 13 Nº 1 (2019) REGEM mar 2019

ISSN 2763-8022 (International Standard Serial Number)

por Saulo Carvalho, MSc.
*direitos reservados ©. Texto com liberdade de citação: CARVALHO, S. H.

Gestão da inovação: Disciplina obrigatória nas principais e mais respeitadas escolas de administração e engenharia internacionais como Stanford, Berkeley e M.I.T, o Design Thinking é uma excelente metodologia para validação de ideias e gestão da inovação.

Gestão da inovação: Mas o que é Design Thinking?

É um processo de gestão da construção criativa de uma solução – produto, serviço ou sistema – a partir da desconstrução daquilo que superficialmente o problema tem a apresentar. Significa mergulhar (com técnicas acadêmicas e já testadas) na vivência do problema, ou seja, para entender melhor os problemas que uma pessoa com deficiência visual enfrenta e lhe proporcionar soluções, o Design Thinking propõe que o profissional vende seus olhos e esteja exposto ao mesmo ambiente daquele que não pode enxergar. 

Design Think deverá colocar as pessoas envolvidas no cerne do processo de criação. Portanto, a IMERSÃO como primeira etapa, é fundamental para as gerações de inovações disruptivas que entreguem soluções mais amplas e eficazes e, ao mesmo tempo, com alto caráter de simplicidade em sua aplicação.

A segunda etapa do processo consiste na IDEAÇÃO. Nessa etapa, após o envolvimento profundo com as nunces do problema e a participação efetiva das pessoas envolvidas, deverão surgir insights de uma solução que o aborde em 360º e possibilite um passo à terceira etapa: a PROTOTIPAÇÃO

No Design Thinking, esta etapa não será apenas uma fase de testes mas sim uma evolução da solução pensada mesmo que isso signifique total remodelação do protótipo. No conceito de Design Thinking deverá ser valorizado o caminho percorrido pois mesmo que o protótipo seja inútil inicialmente, acredita-se que nele germina alguma semente que se, remodelada, poderá germinar na solução adequada. 

Por último, após longo processo de evolução e prototipagem, surgirão frutos que poderão ser aplicados de forma embrionária (ainda ligada a terceira etapa de melhoria contínua) ou em maior escala: a APLICAÇÃO.

Prof. Saulo Carvalho

LER ARTIGO: Design Thinking

HARVARD: Em matéria publicada no periódico de Harvard o empreendedor Adrew Forman relata que sua quase desistência de uma ideia apenas porque ela parecia óbvia foi um obstáculo árduo a ser ultrapassado para que ele enfim chegasse ao sucesso:

Ele passou oito anos procurando uma ideia inovadora que sabia que daria certo. Uma ideia que não tinha somente uma promessa tecnológica, como também um valor social. Ele queira ajudar as pessoas a contribuírem com as instituições de caridade mais importantes e impactantes no país. Mas continuou esmorecendo pelo fato da ideia parecer óbvia.

A maior razão para sua retração não era o medo, estar ocupado ou preguiçoso – ou qualquer outro bloqueio para com o empreendedorismo. Era algo além disso.

Ele não ativou a ideia porque lhe parecia óbvia. Ele estava convencido de que alguém iria fazê-la acontecer antes. Então, presumiu que eu iria perder tempo e energia.

“Estava enganado! Acontece que eu deveria saber caso tivesse ouvido alguns dos inovadores renomados, como Isaac Asimov e Steve Jobs. A evidência é uma parte importante e usual do processo criativo. Caso você esteja considerando a possibilidade de abrir uma startup ou mudar algo dentro de sua organização, aprenda com minha experiência. Não fique adiando como eu”.

Por anos, organizou eventos arrecadadores em bares; juntava os amigos, discutia a causa e mostrava informações sobre a empresa que estava auxiliando a causa. Mostrava fotos, contava histórias e explicava como cada caridade ajudava.

Este grupo de pessoas contava com jovens investidores que concordavam em contribuir com $500 ou $1.000. Ele agradecia e perguntava se eles tinham cheques. Eles respondiam: “Cheque? Não, eu tenho só 25 anos. Não tenho cheques.” Então explicava que poderiam contribuir para a instituição via website – pedir que eles navegassem no site através do smartphone não deu certo. 

Alguns disseram que iriam ver isso em casa em dado momento, pelo computador. Porém, apesar das boas intenções, a maioria não o fez. As únicas contribuições que recebeu desses eventos foram em dinheiro, totalizando alguma quantia em notas de $20 dólares daqueles que tinham alguma coisa na carteira.

Enquanto isso, quando vinha a conta do bar nesses eventos, a rachávam pagando por aplicativos, como o Venmo. Foi quando Andrew Forman percebeu que devia ter um aplicativo que fizesse com que pessoas pudessem doar para instituições de caridade nos Estados Unidos.

Viram só? É óbvio! Embora ele soubesse que poderia formar uma equipe para desenvolver essa facilidade, também pensava que alguém iria fazer a mesma coisa. Tal suposição o barrou. Ele deveria ter pensado no óbvio como um motivo para levar a ideia adiante.

“Quando você pergunta a pessoas criativas como fizeram algo, elas se sentem um pouco culpadas porque elas não necessariamente fizeram algo, mas sim, só observaram. Parecia óbvio para elas depois de um tempo,” Steve Jobs afirmou à Wired em 1996. “É porque puderam unir as experiências que tiveram e sintetizar coisas novas.”

Em 1959, Issac Asimov escreveu sobre como essa mesma ideia é aplicada à “teoria evolutiva por seleção natural, exclusivamente criada por Charles Darwin e Alfred Wallace.” Eles viajaram, observando a diversidade da vida animal e vegetal. 

Ambos leram Malthus’s Essay on Population e perceberam como a vida animal pode explicar a vida vegetal. “Uma vez que a ligação transversal é feita, parece óbvio”, escreve Asimov. Ele notou que o biólogo Thomas H. Husley “deve ter afirmado, depois de ler A Origem das Espécies, ‘Como fui tolo em não ter pensado nisso’. ”

Um estudo da University of Minnesota afirma que o reconhecimento do óbvio é uma parte importante de um dos “cinco estágios do processo criativo. ”

“Em termos de transparência, as resoluções parecem óbvias e simples; porém, na verdade, são simples por conta da clareza que faz com que todas as partes estejam alinhadas e emitindo luz para uma resolução,” diz o estudo.

Há um lado oposto, entretanto. Respostas “óbvias” não são tão óbvias para alguns, em parte porque não estão pensando na pergunta.

As ideias somente vêm para aqueles que reconhecem o problema e procuram soluções inovadoras. Como diz o livro How to Think Like Einstein, “até mesmo Einstein não poderia achar uma solução se tivesse o problema errado. Você precisa ter um problema passível de solução criativa que seja diferente da sua primeira expectativa…Encontrar o problema exige muita reflexão, principalmente quando a solução parece ser óbvia.”

No final das contas, Andrew Forman seguiu sua ideia – ser cofundador da Givz.

Talvez a metodologia do Design Thinking pudesse ter facilitado as coisas para a gestão e aprimoramento das ideias!

Fonte: https://hbrbr.uol.com.br/nao-desista-da-ideia-so-porque-ela-parece-obvia/

 

Citação a CARVALHO, S. H.

Saulo Carvalho é Consultor de empresas com atuações no Brasil e América Latina. Mestrado em Gestão e pós-graduado em comunicação e marketing. Ministra disciplinas de Administração, Marketing e Planejamento Estratégico aos cursos superiores de Administração, Marketing e Engenharia do centro universitário ETEP. Lattes CNPq:http://lattes.cnpq.br/4888421957045803

LEIA OS TERMOS DE USO ©

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

error: © Conteúdos protegidos legalmente por direitos autorais!! Marca registrada ®.