Metodologias ágeis: exemplos e ferramentas

Metodologias ágeis: exemplos e ferramentas

Metodologias ágeis

Volume 25 Nº 2 (2023) REGEM jun 2023 

ISSN 2763-8022 (International Standard Serial Number)

por Saulo Carvalho, MSc.
*direitos reservados ©. Texto com liberdade de citação: CARVALHO, S.

Sobre o autor: Mestrado em Gestão e Planejamento | Especialização em Comunicação Empresarial e Marketing. Atuações e consultorias em Gestão e Marketing no Brasil e América Latina.
Siga-me no LinkedIn

METODOLOGIAS ÁGEIS

Exemplos e ferramentas de Metodologias ágeis

As metodologias ágeis são abordagens flexíveis e colaborativas para o desenvolvimento de projetos, que valorizam a adaptabilidade, a entrega contínua e a interação constante entre as equipes envolvidas. Elas surgiram como uma alternativa aos modelos tradicionais de gestão de projetos, que muitas vezes eram rígidos e pouco eficientes em lidar com mudanças rápidas e demandas variáveis.

Existem várias metodologias ágeis amplamente utilizadas, como Scrum, Kanban, Lean, Extreme Programming (XP) e Feature-Driven Development (FDD). Embora cada uma delas possua características específicas, todas compartilham princípios comuns, como a priorização do valor entregue ao cliente, a iteração rápida e a melhoria contínua.

Uma das metodologias ágeis mais populares é o Scrum. O Scrum é baseado em ciclos curtos e repetitivos chamados “sprints”, nos quais as equipes se comprometem a entregar um conjunto de funcionalidades em um período determinado. Durante o sprint, as equipes realizam reuniões diárias rápidas e focadas, chamadas de “daily stand-ups”, para discutir o progresso, as dificuldades e as próximas etapas.

Além das metodologias em si, existem várias ferramentas úteis para auxiliar a implementação das metodologias ágeis. Vejamos algumas delas:

Quadro Kanban

O quadro Kanban é uma ferramenta visual que ajuda a gerenciar o fluxo de trabalho de forma eficiente. Ele consiste em colunas que representam os estágios do projeto, como “A fazer”, “Em andamento” e “Concluído”. As tarefas são movidas pelas colunas à medida que progridem, permitindo que a equipe visualize facilmente o status de cada item.

Softwares de Gerenciamento de Projetos

Existem várias ferramentas de gerenciamento de projetos disponíveis, como o Jira, Trello e Asana. Esses softwares facilitam o acompanhamento das tarefas, a atribuição de responsabilidades, o monitoramento do progresso e a comunicação entre os membros da equipe.

Retrospectivas para Metodologias ágeis

As retrospectivas são reuniões realizadas no final de cada iteração para revisar o trabalho realizado e identificar oportunidades de melhoria. Ferramentas como o FunRetro e o TeamRetro ajudam a facilitar essas reuniões, permitindo que os membros da equipe compartilhem feedbacks e sugestões de forma colaborativa.

Além das ferramentas, existem algumas melhores práticas que podem ser aplicadas para obter melhores resultados com as metodologias ágeis:

Comunicação Transparente em Metodologias ágeis

A comunicação efetiva é fundamental nas metodologias ágeis. As equipes devem manter uma comunicação clara, aberta e constante, garantindo que todos tenham conhecimento do progresso, desafios e mudanças no projeto.

Priorização do Trabalho em Metodologias ágeis

É importante priorizar as tarefas de acordo com seu valor e impacto no projeto. As equipes devem trabalhar nas funcionalidades mais relevantes e garantir que estejam alinhadas com as necessidades do cliente.

Iterações Rápidas e Feedback Contínuo em Metodologias ágeis

As metodologias ágeis enfatizam a entrega contínua e a iteração rápida. É essencial obter feedback regular dos clientes e stakeholders para permitir ajustes e melhorias ao longo do caminho.

Melhoria Contínua em Metodologias ágeis

As equipes ágeis devem estar sempre em busca de melhorias. Através de retrospectivas regulares e análise de métricas, as equipes podem identificar oportunidades de aprimoramento e implementar mudanças progressivas.

Ferramentas de Planejamento de Sprint em Metodologias ágeis

Sprintly: Uma ferramenta que permite o planejamento e o acompanhamento de sprints, além de oferecer recursos de colaboração e relatórios.

Planbox

Uma plataforma completa para gerenciamento ágil de projetos, incluindo planejamento de sprints, rastreamento de tarefas e comunicação em equipe.

Metodologias ágeis

Ferramentas de Gestão de Fluxo de Trabalho em Metodologias ágeis

LeanKit: Uma ferramenta de quadro Kanban online que permite visualizar e gerenciar fluxos de trabalho de maneira eficiente.

Taiga: Uma plataforma de gerenciamento de projetos ágeis que combina quadros Kanban, listas de tarefas e rastreamento de problemas.

Algumas ferramentas de Colaboração em Metodologias ágeis:

Slack: Uma plataforma de comunicação em equipe que permite a troca de mensagens instantâneas, chamadas de voz e videoconferências, facilitando a colaboração ágil.

Microsoft Teams: Uma plataforma semelhante ao Slack, que também oferece recursos de colaboração, compartilhamento de arquivos e integração com outras ferramentas da Microsoft.

Algumas ferramentas de Teste e Automação em Metodologias ágeis:

Selenium: Uma estrutura de automação de testes amplamente utilizada para testar aplicativos da web, permitindo a criação de scripts e execução automatizada de testes.

JUnit: Um framework de teste para Java que suporta testes unitários, permitindo a automação e execução de testes repetitivos.

Ferramentas de Integração Contínua e Entrega Contínua (CI/CD):

Jenkins: Uma ferramenta de automação de código aberto usada para construir, testar e implantar aplicativos de forma contínua e automatizada.

GitLab CI/CD: Uma plataforma de desenvolvimento colaborativo que inclui recursos integrados de CI/CD para automatizar a compilação, teste e implantação de código.

Essas são apenas algumas das muitas ferramentas disponíveis para apoiar a implementação de metodologias ágeis. A escolha das ferramentas certas dependerá das necessidades e preferências da equipe e do projeto em questão.

CANVAS em Metodologias ágeis:

O Canvas também pode ser mencionado como uma ferramenta útil em metodologias ágeis. Embora o Business Model Canvas seja mais conhecido como uma ferramenta de planejamento estratégico, ele pode ser adaptado para auxiliar na implementação ágil de projetos.

O Business Model Canvas é um quadro visual que permite mapear e descrever todos os elementos-chave de um negócio ou projeto de forma concisa. Seu modelo original consiste em nove blocos que representam diferentes aspectos do empreendimento, como segmentos de clientes, proposta de valor, canais de distribuição, relacionamento com clientes, fontes de receita, recursos-chave, atividades-chave, parcerias-chave e estrutura de custos.

Na metodologia ágil, o Canvas pode ser usado para capturar e validar rapidamente as ideias iniciais de um projeto, permitindo uma visão geral e compartilhada do modelo de negócio ou da proposta de valor do projeto. Com base nessa visualização, as equipes podem iterar e ajustar suas estratégias e táticas de forma ágil.

Ao usar o Canvas em uma abordagem ágil, é importante que ele seja atualizado e adaptado ao longo do tempo à medida que novos insights e aprendizados são adquiridos. Esse processo de atualização contínua ajuda a garantir que o projeto esteja alinhado com as necessidades e expectativas em constante mudança dos clientes e stakeholders.

Esta constante evolução e adaptação do Canvas de Alexander Osterwalder levou a um modelo Canvas também com 9 blocos, no entanto, com inputs específicos para a Gestão de Projetos que são: Problema, Solução, Estratégia, Objetivos, Recursos, Parcerias, Stakeholders, Riscos e Métricas.

Portanto, o Business Model Canvas pode ser considerado uma ferramenta valiosa em metodologias ágeis, fornecendo uma visão geral do projeto e permitindo uma abordagem iterativa e flexível para o desenvolvimento e ajuste do modelo de negócio ou da proposta de valor, podendo ser adaptado para projetos específicos. (leia aqui mais sobre Canvas e suas versões).

Mettodologias ágeis

DESIGN THINKING em Metodologias ágeis

O Design Thinking teve suas raízes no campo do design, mas foi popularizado por acadêmicos e profissionais como David Kelley, fundador da empresa de design IDEO, e Tim Brown, CEO da mesma empresa. A metodologia ganhou destaque na década de 1990, quando a IDEO a aplicou em projetos de design de produtos e serviços. Desde então, tem sido amplamente adotada em diversas áreas, incluindo negócios, educação e setor público.

Metodologia: O Design Thinking é um processo não linear que envolve várias etapas, que podem variar dependendo da fonte, mas geralmente incluem:

  1. Empatia: O primeiro passo é entender profundamente as necessidades, motivações e desafios dos usuários. Isso é feito por meio de entrevistas, observações e outras técnicas de pesquisa para obter uma compreensão holística do problema.

  2. Definição do problema: Com base na empatia, o próximo passo é definir claramente o problema a ser resolvido. Essa etapa envolve a identificação de insights e a formulação de uma declaração de problema centrada no usuário.

  3. Ideação: Nessa fase, ocorre uma geração de ideias livre de julgamentos. Equipes multidisciplinares participam de sessões de brainstorming para gerar o maior número possível de soluções criativas.

  4. Prototipagem: As melhores ideias são selecionadas e transformadas em protótipos tangíveis. Esses protótipos podem variar em complexidade, desde maquetes simples até simulações funcionais, dependendo do contexto do projeto.

  5. Teste: Os protótipos são colocados nas mãos dos usuários para obter feedback valioso. Essa etapa ajuda a validar e refinar as soluções propostas com base na experiência real dos usuários.

  6. Iteração: Com base nos resultados do teste, as soluções são ajustadas, refinadas e aprimoradas. O processo de iteração continua até que uma solução final seja alcançada. 

Assim como o PDCA o Design Thinking pode ser entendido como uma ferramenta de aplicação cíclica e ininterrupta. O Design Thinking pode então ser traduzido como IMERSÃO (onde geram-se a empatia e a definição do problema) IDEAÇÃO, PROTOTIPAÇÃO e APLICAÇÃO (onde geram-se os testes e a iteração. (leia mais aqui sobre Design Thinking).

Exemplos: O Design Thinking pode ser aplicado em uma ampla variedade de contextos. Aqui estão alguns exemplos:

  1. Desenvolvimento de um novo produto: Ao aplicar o Design Thinking, uma empresa pode entender melhor as necessidades e desejos dos clientes para criar um produto que atenda a essas demandas de maneira inovadora.

  2. Melhoria de serviços de saúde: Hospitais podem usar o Design Thinking para identificar pontos problemáticos no fluxo de atendimento aos pacientes e projetar soluções que melhorem a experiência do paciente e a eficiência operacional.

  3. Inovação educacional: Educadores podem aplicar o Design Thinking para repensar métodos de ensino, desenvolver novas abordagens de aprendizado e criar ambientes educacionais mais envolventes e personalizados.

  4. Resolução de problemas sociais: Organizações sem fins lucrativos podem usar o Design Thinking para abordar desafios complexos, como a pobreza ou a falta de acesso à água potável, trabalhando em estreita colaboração com as comunidades afetadas para desenvolver soluções sustentáveis.

Esses são apenas alguns exemplos para ilustrar como o Design Thinking pode ser aplicado em diversas áreas. Sua abordagem centrada no ser humano e seu processo iterativo permitem a criação de soluções mais eficazes e inovadoras, focadas nas necessidades reais das pessoas.

Em resumo, as metodologias ágeis oferecem uma abordagem flexível e colaborativa para o gerenciamento de projetos. Com o uso de ferramentas adequadas, como quadros Kanban e softwares de gerenciamento de projetos, e a aplicação de melhores práticas, como comunicação transparente e priorização do trabalho, as equipes podem obter melhores resultados, aumentar a eficiência e entregar valor de forma mais consistente aos clientes.

Citação a CARVALHO, S. 

Saulo Carvalho é Mestre em Gestão e Planejamento (UNITAU) stricto-sensu. Pós-Graduado em Comunicação e Marketing Empresarial (UMESP) lato-sensu, Graduado em Administração de Marketing (UMESP). Admitido em regime especial ao Doutorado sobre Pesquisa Operacional (ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica e Universidade Federal de São Paulo).

Consultor empresarial com atuações no Brasil e América Latina. Ministra disciplinas de Administração, Marketing, Pesquisa e Planejamento Estratégico aos cursos superiores de Administração, Marketing e Engenharia. É pesquisador sobre Gestão, Marketing e Ambiente Econômico. Desenvolve e aplica pesquisas científicas sobre Gestão e Marketing.

LEIA OS TERMOS DE USO ©

LEIA OS TERMOS DE USO ©

Sobre o autor: Mestrado em Gestão e Planejamento | Especialização em Comunicação Empresarial e Marketing. Atuações e consultorias em Gestão e Marketing no Brasil e América Latina.
Siga-me no LinkedIn

 

Um comentário

  1. […] uma metodologia ágil de gestão visual que surgiu no Japão, inicialmente aplicada pela Toyota na fabricação de automóveis. O […]

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

error: © Conteúdos protegidos legalmente por direitos autorais!! Marca registrada ®.