Marketing e People experience integrados

Marketing e People experience integrados

Marketing e People experience integrados

Volume 38 Nº 2 (2024) REGEM nov 2024

ISSN 2763-8022 (International Standard Serial Number)

por Saulo Carvalho, MSc.
*direitos reservados ©. Texto com liberdade de citação: CARVALHO, S.

Sobre o autor: Mestrado em Gestão e Planejamento | Especialização em Comunicação Empresarial e Marketing. Atuações e consultorias em Gestão e Marketing no Brasil e América Latina.
Siga-me no LinkedIn

O que você irá ler nesse artigo:

Marketing e People experience integrados: a experiência de vendas e o aumento dos resultados operacionais começam por dentro

Empresas em fase crescimento ou já maduras ao que tange escala de faturamento e número de colaboradores, devem aproveitar a integração do Marketing com o People experience (experiência do colaborador) como uma via estratégica e eficiente para sustentar e ampliar os resultados operacionais.

Ao mesmo tempo em que a alta competitividade, a capacidade de atrair e engajar talentos se tornou uma prioridade tão fundamental quanto a conquista de clientes, a função organizacional que denomino como Marketing and People Experience, representa uma mudança necessária: uma integração que permite sinergia potente entre o Marketing e o Employer Experience, consolidando essas áreas numa gestão unificada.

Exploro e demonstro a seguir, como essa união transforma a experiência do colaborador e demais stakeholders para alavancar o potencial competitivo das empresas.

People Experience: cultivando o ambiente onde o talento floresce e o mercado reconhece

Minha defesa é que o o People experience seja gerido de forma mais ampla para contemplar: a experiência dos stakeholders internos (colaboradores), externos (fornecedores e demais pessoas com pontos de contato com o negócio), Customer experience e Customer success.

Esta amplitude de gestão do People experience tem por objetivos buscar o fortalecimento endógeno e exógeno da visão, missão e valores da empresa e gerar mais vendas, maior lucratividade e melhores resultados operacionais.

People Experience, ou experiência do colaborador, é um dos principais elementos para desenvolver uma cultura organizacional sólida, onde as pessoas se sentem valorizadas e inspiradas a contribuir com seu máximo potencial.

Aqui, a essência do People Experience está em projetar uma jornada do colaborador e demais stakeholders que seja envolvente, significativa e sustentável, considerando suas necessidades, expectativas e motivações. E que esta jornada positiva possa ser extendida, observada e reconhecida em todo tecido concorrencial.

Customer Experience (CX): origem, conceito e boas práticas

Quando falamos sobre Customer Experience (CX), não estamos apenas discutindo uma tendência de mercado, mas o pilar central para empresas que desejam prosperar em ambientes concorrenciais dinâmicos. Experiência do Cliente não é apenas um termo elegante; é a soma de todas as interações que um cliente tem com a sua marca, desde o primeiro contato até o pós-venda.

Cada detalhe conta, e a forma como você desenha essa jornada pode determinar se o cliente se tornará um defensor da sua marca ou um crítico voraz.

O conceito de CX tem raízes no movimento de customer-centricity, que ganhou força na década de 1990, impulsionado por estudos de gestão focados na criação de valor para o cliente, como os de Philip Kotler e Theodore Levitt. Antes disso, a visão predominante era focada em produtos e processos.

Somente nas últimas décadas passamos a entender que a percepção do cliente é tão importante quanto as próprias soluções (próprio produto ou serviço) entregues. Por esta razão, atualmente é muito mais indicado o termo soluções no lugar de produtos e serviços.

O que define uma boa experiência do cliente?

Em minha prática como consultor e gestor, percebo que empresas que realmente dominam o CX possuem três características em comum:

  1. Empatia como norteadora
    CX não é sobre “adivinhar” o que o cliente quer, mas compreender profundamente suas necessidades e expectativas. Isso exige a criação de personas bem definidas e mapeamento das jornadas do cliente (customer journey mapping).

     

  2. Personalização em escala
    O consumidor de hoje quer ser tratado como único. Isso exige o uso estratégico de dados – sim, aqui entra a importância de Big Data e analytics. Personalizar não significa apenas incluir o nome do cliente em e-mails, mas antecipar suas necessidades e oferecer soluções antes mesmo que ele peça.

     

  3. Feedback contínuo
    Empresas que não ouvem seus clientes estão destinadas ao fracasso. É fundamental implementar sistemas para coleta e análise de feedback em tempo real, como NPS (Net Promoter Score) e CSAT (Customer Satisfaction Score), ajustando estratégias sempre que necessário.

Boas práticas para transformar CX em diferencial competitivo

  • Integração dos canais de atendimento: O cliente espera uma experiência fluida, seja no ambiente físico, digital ou híbrido. A integração omnichannel deve ser prioridade.

     

  • Treinamento das equipes: Não adianta ter tecnologia de ponta se os colaboradores não estão alinhados com a visão de excelência no atendimento. Capacitação e engajamento são indispensáveis.

     

  • Proatividade na resolução de problemas: Resolver problemas antes mesmo que o cliente perceba é o ápice do CX. Isso reforça confiança e fidelidade.

     

  • Cultura centrada no cliente: CX não é um departamento; é um mindset que deve permear toda a organização, da alta liderança à linha de frente.

Por que investir em CX é essencial?

Estudos indicam que clientes satisfeitos não apenas gastam mais, mas são mais leais. E, convenhamos, a lealdade de um cliente vale ouro. A experiência que você proporciona será lembrada muito além das soluções que você vende – porque, no final, pessoas não compram apenas produtos; elas compram sentimentos e histórias. Compram soluções!

Ao adotar práticas eficazes de CX, a sua empresa não apenas fideliza clientes, mas se torna relevante no mercado. Afinal, quem ignora a experiência do cliente está, na prática, ignorando o futuro da sua marca.

Customer Success (CS): origem, conceito e boas práticas

Sucesso do cliente iBlueMarketing

Quando abordamos o tema Customer Success (CS), não estamos apenas discutindo a entrega de valor para o cliente, mas sim uma mudança de paradigma: ajudar o cliente a alcançar seus próprios objetivos de maneira previsível e escalável. Sucesso do Cliente não é apenas sobre satisfação, mas sobre garantir que ele obtenha resultados tangíveis com os soluções contratadas.

O conceito de CS tem suas raízes no início dos anos 2000, quando empresas de software como serviço (SaaS) perceberam que manter clientes existentes era muito mais eficiente do que adquirir novos. Foi nesse cenário que se popularizou a ideia de “jornada do sucesso”, um conceito que ganhou força com profissionais como Nick Mehta, CEO da Gainsight, e outros visionários que viram no Customer Success uma forma estratégica de reter clientes e maximizar valor.

O que define o sucesso do cliente?

No meu dia a dia como consultor, percebo que Customer Success se baseia em três pilares essenciais que diferenciam empresas bem-sucedidas:

  1. Foco em resultados específicos
    CS não é sobre “servir bem” o cliente, mas sim assegurar que ele alcance os resultados pelos quais contratou sua solução. Isso exige um entendimento profundo dos objetivos do cliente desde o onboarding.

     

  2. Acompanhamento contínuo
    Diferentemente do atendimento ao cliente, que é reativo, CS é proativo. Empresas bem-sucedidas monitoram indicadores-chave de uso e saúde do cliente, atuando antes que problemas se tornem crises.

     

  3. Alinhamento interno
    Customer Success não é responsabilidade de um único time, mas de toda a organização. Vendas, marketing e operações precisam estar alinhados para entregar uma experiência que leve ao sucesso.

     

Boas práticas para implementar Customer Success de forma eficaz

  • Onboarding estruturado: Um dos momentos mais críticos da jornada do cliente é o início. Um processo bem desenhado evita confusões e acelera o tempo para o cliente alcançar valor (time-to-value).

     

  • Uso de indicadores-chave de desempenho (KPIs): Métricas como Churn Rate, Customer Health Score e Net Revenue Retention (NRR) ajudam a medir e prever o sucesso dos clientes.

     

  • Gestores de sucesso do sliente (CSMs): Esses profissionais atuam como verdadeiros parceiros estratégicos dos clientes, garantindo que eles utilizem todo o potencial das soluções adquiridas.

     

  • Feedback contínuo: Assim como em CX, ouvir os clientes é fundamental. No entanto, em CS, o feedback vai além da experiência; trata-se de entender se os resultados prometidos foram entregues.

     

Por que investir em Customer Success é indispensável?

O Sucesso do Cliente não apenas fideliza, mas transforma clientes em verdadeiros advogados da marca. Estudos mostram que clientes que atingem seus objetivos com uma solução têm maior probabilidade de renovar contratos, adquirir novas soluções e recomendar sua empresa. Além disso, o custo de manutenção de clientes é significativamente menor do que o custo de aquisição, o que torna CS uma estratégia não estocástica essencial para maximizar Lifetime Value (LTV).

Customer Success não é um departamento; é uma filosofia de negócios. Empresas que colocam o sucesso do cliente no centro de sua operação não apenas retêm mais clientes, mas também criam parcerias de longo prazo. E, no final, um cliente que tem sucesso com a sua solução é um cliente que traz sucesso para o seu negócio.

Boas práticas em people experience

  1. Criação de uma cultura de pertencimento: a jornada começa com o acolhimento genuíno do colaborador, onde ele sente que é uma peça importante do time. Isso vai muito além do onboarding; trata-se de criar rituais e processos de engajamento que reforçam o sentimento de pertencimento e de identidade com a missão da empresa.

     

  2. Feedback contínuo e avaliação mútua: o feedback é a espinha dorsal do desenvolvimento. Implementar sistemas onde o feedback seja recorrente e se torne uma via de mão dupla — onde o colaborador também avalia a organização — fortalece o ambiente de transparência e confiança.

     

  3. Autonomia e reconhecimento de talento: a liberdade para expressar ideias e tomar decisões dentro do seu papel é motivador e ajuda no engajamento e permanência de talentos. Um bom exemplo de prática é estabelecer políticas de reconhecimento e desenvolvimento voltadas para aqueles que se destacam em projetos desafiadores ou que trazem inovações à organização.

     

  4. Espaço para o crescimento pessoal e profissional: Ações como a criação de trilhas de carreira, programas de coaching e mentoria, e até universidades corporativas são fundamentais para garantir que o colaborador veja um futuro dentro da empresa.

    O Desenvolvimento de pessoas é arcabouço fundamental para alcançar metas e OKRs em níveis acima da média em uma empresa e ao mesmo tempo a prepara com diferenciais competitivos únicos no mercado.

Programas e processos de desenvolvimento como o método 7Self e ferramentas como Pop Canvas para gestão de pessoas, são necessidades estruturais para contratar melhor e desenvolver melhores talentos.

Aplicação prática em people experience: simulação de casos

Caso 1: programa de onboarding humanizado

Imagine uma empresa em crescimento rápido, que contrata novos colaboradores semanalmente. A área de Marketing and People Experience pode implementar um programa de onboarding que integre a nova equipe com os valores da empresa. Esse onboarding inclui visitas guiadas, apresentações entre equipes e uma plataforma digital onde o novo colaborador possa acessar informações e treinamentos sobre a cultura e as práticas da empresa.

Caso 2: cultura de feedback contínuo

Em uma empresa de tecnologia, os colaboradores frequentemente trabalham de forma independente e remota. A implementação de um sistema de feedback contínuo, onde cada colaborador recebe retorno imediato sobre seus projetos, e pode também avaliar seus gestores, cria um círculo de confiança. Esse processo reduz as lacunas de comunicação, melhora a performance e cria um ambiente mais colaborativo.

Onboarding de clientes: conceito, importância e boas práticas

O onboarding de clientes é, sem dúvida, uma das etapas mais cruciais da jornada de qualquer cliente. Trata-se do processo estruturado de integração e acompanhamento inicial que visa garantir que o cliente compreenda e utilize as soluções de forma eficiente, atingindo rapidamente o valor que ele espera. Não é exagero dizer que um onboarding bem-feito é o alicerce para o sucesso do cliente e, consequentemente, para o sucesso da empresa.

A origem dessa prática está intimamente ligada à evolução do modelo de negócios SaaS (Software as a Service), onde a adesão e manutenção de clientes dependem diretamente de uma implementação bem-sucedida. No entanto, a lógica por trás do onboarding não se limita ao setor de tecnologia. Em qualquer setor, uma boa experiência inicial é capaz de determinar se o cliente se tornará um parceiro de longo prazo ou buscará alternativas rapidamente.

Por que o onboarding é indispensável?

Ao longo da minha experiência, percebo que o onboarding é o momento de “primeiras impressões permanentes”. Um cliente que se sente apoiado logo no início da jornada tende a ter mais confiança na solução oferecida e a se engajar. Isso é particularmente relevante porque:

  1. Reduz a curva de aprendizado: Nenhum cliente gosta de se sentir perdido. Um onboarding eficiente transforma a complexidade inicial em simplicidade e clareza.

     

  2. Acelera o time-to-value (TTV): Quanto mais rápido o cliente perceber os benefícios das soluções, maiores serão as chances de engajamento e fidelização.

     

  3. Previne o churn inicial: A maior parte dos cancelamentos ocorre nos primeiros meses após a compra. Um onboarding sólido reduz significativamente essa estatística.

Boas práticas para um onboarding eficaz

  • Definir objetivos claros: Desde o início, é essencial alinhar as expectativas do cliente e definir as metas que ele deseja alcançar com a solução adquirida.

     

  • Criar um plano personalizado: Não existe uma abordagem única que funcione para todos. Cada cliente tem suas próprias necessidades e preferências. Um plano de onboarding adaptado faz toda a diferença.

     

  • Automatizar etapas repetitivas: Ferramentas e tutoriais automáticos ajudam a otimizar o processo, permitindo que as equipes se concentrem em interações mais estratégicas.

     

  • Oferecer suporte contínuo: Mesmo após a conclusão do onboarding, o cliente deve sentir que há um time disponível para ajudá-lo em qualquer desafio que possa surgir.

     

  • Acompanhar resultados: Monitorar os KPIs, como taxa de adoção e engajamento, é fundamental para ajustar o processo e garantir que o cliente esteja no caminho certo.

Onboarding não é apenas o início – é a base do engajamento e lealdade

Investir em um onboarding bem estruturado é garantir que o cliente se sinta seguro, valorizado e empoderado. É aqui que a empresa pode demonstrar, na prática, o compromisso com o sucesso do cliente, indo além da simples entrega de um produto ou serviço, mas sim posicionar suas soluções.

Empresas que negligenciam o onboarding correm o risco de perder clientes antes mesmo de explorar todo o potencial do relacionamento. Já aquelas que enxergam o onboarding como uma oportunidade estratégica criam uma base sólida para a construção de parcerias duradouras. E, no final, é isso que queremos: clientes que não apenas permaneçam, mas que se tornem defensores entusiastas da nossa marca.

Desenvolvimento de pessoas: 7Self

7Self é um método criado por mim sendo aplicado e refinado em ambientes reais e com aplicações práticas. Quando aplicado corretamente e com a frequência necessária, o método 7Self tem gerado excelentes resultados para o desenvolvimento individual e de equipes de diversos setores!

O método 7Self é um modelo de desenvolvimento que se baseia nos princípios da autoconsciência, autorresponsabilidade, autogestão, autoaprendizagem, autodesenvolvimento, autoaperfeiçoamento e automotivação. Essa abordagem incentiva os indivíduos a assumirem o controle de seu próprio desenvolvimento e a buscar constantemente o crescimento pessoal e profissional.

7Self – 7 pilares de AutoAvaliação e Desenvolvimento Humano e Organizacional que você deve adotar para si e aplicar em sua empresa:

  • Habilidades técnicas: conhecimento em processos, sistemas e ferramentas, conhecimento técnico em função das exigências do cargo. Habilidade no aproveitamento desses conhecimentos para resolução de problemas com proatividade.
  • Produtividade: desempenho em relação às metas e qualidade do trabalho. Confere seu próprio trabalho para evitar erros, desperdícios e prejuízos, demonstrando preocupação com a produtividade da organização.

    Relacionamento interpessoal: mantém contato com assertividade e cordialidade com outros stakeholders (gestores, cliente, usuário, colegas, público, gestores, etc).

    Liderança e influência: é referência para os demais em aspectos técnicos e ou emocionais.

  • Abertura a novas ideias: disposição em acatar e aplicar ideias novas, bem como alto grau de adaptabilidade a       mudanças.

     

  • Criatividade: propõe soluções e ideias inovadoras para situações do dia-a-dia. Elabora estratégias que simplificam e          agilizam as atividades. Identifica oportunidades que realmente        contribuam para o andamento e melhoria dos processos e     atingimento de resultados.

     

  • Engajamento e entrega: Se envolve nas tarefas, cumpre prazos, é assíduo e pontual.

O método 7Self também contempla soft skills e hard skills em sua plataforma.

Sua aplicação deve ser conduzida com periodicidade regiamente cumprida. E é você quem se dá a pontuação! Não o gestor!

O papel do Gestor será conduzir de forma humana a avaliação, ponderar suas notas e ratificá-las.

 

Acesse aqui o e-book do 7Self e conheça mais!

 

Gestão e engajamento de Pessoas: Pop Canvas ágil (people on people process)

O PoP Canvas é uma ferramenta ágil que faz parte da aplicação e desenvolvimento do Método 7Self.

Ao evoluir o 7Self acabei por criar o PoP Canvas como mecanismo para identificar, tratar e solucionar problemas, dores e impactos em quaisquer ambientes em que a gestão de Pessoas se faz presente.

Sua natureza consiste em Pessoas como objetivo central de quaisquer processos!

Endomarketing para um melhor ambiente de trabalho e melhores resultados

  • Clima organizacional: um clima organizacional positivo é fundamental para a produtividade e o bem-estar dos colaboradores.

     

  • Comunicação aberta: promova um ambiente de comunicação clara, honesta e transparente para construir confiança entre os colaboradores.

     

  • Cultura da empresa: defina uma cultura organizacional que valorize a diversidade, o respeito, a ética e o trabalho em equipe.

     

  • Reconhecimento e incentivos: incentive o desempenho e o comprometimento dos colaboradores através de programas de reconhecimento e recompensas.

     

Acesse aqui o e-book do Pop Canvas e conheça mais!

 

Marketing como Gestão integrado a todos os departamentos da empresa

O conceito de Marketing como Gestão que desenvolvi e que já compartilhei na REGEM – Revista de Gestão e Marketing é um modelo que vê o Marketing não como uma função isolada, mas como uma disciplina integrada que permeia todas as operações da empresa.

Com essa abordagem, o Marketing deve apoiar diretamente o objetivo organizacional em cada nível, desde a forma como a empresa se comunica com o mercado até a experiência que ela oferece aos seus colaboradores.

O Marketing é, muitas vezes, subutilizado quando restrito ao desenvolvimento de campanhas. No entanto, ele pode ser — e precisa ser — muito mais abrangente, influenciando a cultura, as operações e até mesmo as decisões estratégicas.

Isso significa que o Marketing deverá se engajar ativamente com áreas como vendas, DHO (rh), TI e logística e outros departamentos.

 

Acesse aqui o e-book Marketing como Gestão!

 

Boas práticas para o Marketing como Gestão

  1. Integração com o DHO (rh) e People Experience: Marketing e DHO (rh), unidos sob a função de Head de Marketing and People Experience, podem colaborar para definir a comunicação interna e externa, desde as campanhas de atração de talentos até a criação de uma marca empregadora robusta.

     

  2. Alinhamento com vendas para sinergia com o mercado: marketing e vendas precisam estar integrados para manter uma comunicação coesa e uma abordagem direcionada para o cliente. Reuniões mensais, sistemas de CRM unificados e metas comuns são exemplos de práticas que ajudam a fortalecer essa relação.

     

  3. Influência no desenvolvimento de soluções – Modelo SAVE  (clique aqui para entender) : o marketing é o termômetro do mercado e, como tal, deve participar do processo de criação de novas soluções. Isso exige que as áreas estejam alinhadas para garantir que cada solução ou serviço reflita as necessidades e expectativas dos consumidores.

     

  4. Comunicação interna eficiente e alinhamento de mensagem: Em empresas de grande porte, onde é comum que haja diferentes mensagens circulando internamente, o Marketing deve atuar como guardião da comunicação, assegurando que todos os colaboradores compreendam e transmitam os mesmos valores e a missão da empresa.

     

  5. Desenvolvimento e avaliação para um melhor Clima Organizacional: estabelecer e gerenciar programas de desenvolvimento e avaliação dos colaboradores e universidade corporativa para criar e fortalecer uma cultura de aprendizado contínuo na empresa é outra vantagem alcançada pela área de Marketing and People experience.

Aplicação prática do Marketing como Gestão: simulação de casos

Marketing e people experience

Caso 1: campanha de employer branding para atração de e engajamento de talentos

Para engajar talentos, uma organização pode criar uma campanha interna de reconhecimento e promoção do seu Employer Brand, posicionando-se como uma marca que valoriza e investe em seus colaboradores.

Essa campanha é desenhada pelo Marketing, em conjunto com People Experience, e foca em histórias reais de colaboradores, fortalecendo o senso de pertencimento.

Caso 2: alinhamento Marketing-Vendas para expansão de mercado

Suponha que uma empresa deseja expandir para um novo mercado. O Marketing pode trabalhar junto ao time de Vendas para desenvolver uma análise de persona mais específica e adaptar as mensagens para o público-alvo local, garantindo que todos — desde os representantes de vendas até o atendimento ao cliente — estejam alinhados em um único discurso, facilitando a adaptação ao novo mercado.

A transformação ao integrar Marketing and People Experience

Unir Marketing e People Experience sob uma mesma liderança traz benefícios amplos e profundos. A área de Marketing e People Experience não é apenas uma mudança de estrutura, mas uma nova maneira de enxergar o papel do Marketing e do DHO (rh) no crescimento e na saúde organizacional.

Essa função permite que a cultura interna e a marca externa estejam alinhadas, potencializando a experiência do colaborador e garantindo uma imagem forte da empresa no mercado. Isso se traduz em maior engajamento, mais inovação e um ambiente onde cada colaborador sente que faz parte de algo maior.

O futuro da empresa passa pela experiência das pessoas — tanto clientes quanto colaboradores.

E o Marketing, como ferramenta de gestão integrada, é um dos caminhos mais eficazes para construir esse futuro.

Employer Branding: conceito, importância e boas práticas

O termo Employer Branding refere-se à reputação de uma empresa como empregadora e à percepção que os atuais e potenciais colaboradores têm sobre ela.

Mas esta percepção, proponho, deve ser ampliada a todos stakeholders extrernos, ou seja, refere-se à reputação da empresa frente a todo mercado!

Não estamos falando apenas de estratégias de marketing para atrair talentos, mas de uma construção estratégica que reflete a essência da organização: quem ela é, o que valoriza e como cuida de seus colaboradores.

O conceito de Employer Branding ganhou força no início dos anos 1990, com o trabalho de Simon Barrow, que introduziu a ideia de que, assim como as empresas investem na construção de marcas para seus produtos, deveriam também investir em suas marcas como empregadoras.

Desde então, tornou-se uma prioridade estratégica em cenários onde talentos escolhem empresas tanto quanto empresas escolhem talentos.

O que define um Employer Branding de sucesso?

Com base em minha experiência, percebo que as empresas mais bem-sucedidas nessa área têm alguns elementos em comum:

  1. Proposta de Valor ao Empregado (EVP)
    O Employer Branding começa com uma EVP clara e atraente, que comunica os benefícios, valores e a cultura organizacional de forma transparente. É a promessa que a empresa faz aos colaboradores e o compromisso de cumpri-la.

     

  2. Autenticidade
    Employer Branding eficaz não é sobre criar uma imagem idealizada, mas sim sobre alinhar a percepção externa com a realidade interna. Empresas autênticas atraem talentos que compartilham de seus valores.

     

  3. Foco no ciclo completo do colaborador
    Um bom Employer Branding não termina na contratação. Ele permeia toda a jornada do colaborador, desde o recrutamento até a saída, assegurando uma experiência consistente e positiva.

Boas práticas para fortalecer o Employer Branding

  • Investir em histórias reais: Nada é mais poderoso do que os próprios colaboradores compartilhando suas experiências. Incentivar e divulgar depoimentos genuínos ajuda a construir credibilidade.

     

  • Engajamento digital: Uma presença forte em plataformas como LinkedIn, Glassdoor e Instagram é fundamental. Potenciais talentos buscam informações sobre a cultura e os valores da empresa nesses canais.

     

    Reconhecer e valorizar conquistas internas: Programas de reconhecimento aumentam o engajamento e ajudam a reforçar os valores da organização na prática.

     

  • Oferecer benefícios alinhados às expectativas modernas: Horários flexíveis, bem-estar emocional e oportunidades de desenvolvimento profissional são exemplos de benefícios que atraem e engajam talentos.

     

  • Medir e ajustar regularmente: Pesquisas internas e monitoramento de métricas como Net Promoter Score (NPS) de colaboradores permitem identificar pontos fortes e ajustar estratégias conforme necessário.

Employer Branding como diferencial estratégico

Investir em Employer Branding não é apenas uma questão de atrair talentos, mas de engajar aqueles que já fazem parte da equipe e construir uma cultura que impacta diretamente os resultados do negócio. Um bom Employer Branding reduz custos de contratação, melhora o engajamento e posiciona a empresa como um destino desejado para os melhores profissionais.

Além disso, o Employer Branding desempenha um papel estratégico também para os stakeholders externos, como investidores, clientes e parceiros de negócios. Uma marca empregadora forte transmite confiança e credibilidade, reforçando a percepção de que a empresa é gerida com excelência, valoriza pessoas e promove sustentabilidade em suas práticas.

Essa reputação positiva, em última instância, contribui para a criação de valor no mercado e para o fortalecimento da posição competitiva da organização.

Empresas que priorizam Employer Branding se destacam no mercado. Mais do que construir uma marca atrativa, é essencial oferecer uma experiência que transforme talentos e parceiros em defensores da organização.

Afinal, a forma como você cuida das pessoas dentro e fora da empresa será sempre refletida na forma como elas falam sobre você. Pense nisso!

E sua empresa? Está pronta para aproveitar grandes resultados com a integração do Marketing e o People experience?


Citação a CARVALHO, S. 

Saulo Carvalho é Mestre em Gestão e Planejamento (UNITAU) stricto-sensu. Pós-Graduado em Comunicação e Marketing Empresarial (UMESP) lato-sensu, Graduado em Administração de Marketing (UMESP). Admitido em regime especial ao Doutorado sobre Pesquisa Operacional (ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica e Universidade Federal de São Paulo).

Consultor empresarial com atuações no Brasil e América Latina. Ministra disciplinas de Administração, Marketing, Pesquisa e Planejamento Estratégico aos cursos superiores de Administração, Marketing e Engenharia. É pesquisador sobre Gestão, Marketing e Ambiente Econômico. Desenvolve e aplica pesquisas científicas sobre Gestão e Marketing.

LEIA OS TERMOS DE USO

Sobre o autor: Mestrado em Gestão e Planejamento | Especialização em Comunicação Empresarial e Marketing. Atuações e consultorias em Gestão e Marketing no Brasil e América Latina.
Siga-me no LinkedIn

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

error: © Conteúdos protegidos legalmente por direitos autorais!! Marca registrada ®.